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“Errei na estratégia”, desabafa a eliminada Luciana Gonzalez

Cozinha Sob Pressão

(Divulgação/Fremantlemedia/SBT)

(Divulgação/Fremantlemedia/SBT)

Na noite do último sábado (30), Luciana Gonzalez entregou seu dolma para o chef Carlos Bertolazzi. A paulistana se atrapalhou na divisão de praças da cozinha vermelha e, consequentemente, foi responsabilizada pelo mau desempenho do restaurante. “Errei na estratégia, fiquei triste”, desabafa.

Em entrevista ao blog Cozinha Sob Pressão, a eliminada fala sobre os desafios do reality, o desentendimento com Daniela Malavasi e revela sua torcida. Veja:

Blog Cozinha Sob Pressão: Onde você errou?
Luciana: Acredito que foi uma somatória de fatores. Como deu pra ver, sou agitada. Na correria das escolhas acabei por decidir, erroneamente, deixar duas pessoas nas carnes em detrimento das massas. Tentei até o último segundo, mas não deu. Escolhi as divisões das praças e subestimei as funções delegadas, Errei. Tentei contornar quando possível, mas não havia tempo e matéria prima para isso. Nada saiu e quem saiu fui eu. Outro ponto que culminou na minha eliminação foram as relações interpessoais. Uma discussão em torno da Daniela e do seu comportamento mais individualista foi gerada e acabou desunindo a equipe. O último serviço é claramente tenso e desunido, éramos apenas cinco pessoas e não estávamos integradas

CSP: Considera justa a sua eliminação?
Luciana: Eu não queria ter saído. O meu primeiro impulso é dizer que não, não foi justo. O critério usado nesse episódio difere dos outros Naqueles os eliminados foram julgados pelo prato, eu fui eliminada por conta da estratégia que não vingou. Mas como diz o Chef Carlos Bertolazzi, é ele quem manda. Eu errei sim de ter escolhido de forma rápida e impensada as praças, mas não na execução inicial. Pensando friamente aceito a decisão tomada de ter sido eliminada por problemas estratégicos. O que fica é o sentimento de gratidão pela experiência única de participar do programa. Afinal de contas precisa haver a eliminação e só vai restar um, o ganhador. Uma pena que não fui eu, pois tenho muito mais a mostrar. Gente, me coloca de volta no programa. (risos)

CSP: Você acha que fez o seu possível ou teria feito diferente?
Luciana: Se eu tivesse ficado de cabeça fria e pensado no jogo como um todo, nas relações interpessoais e profissionais, não dividiria as praças da forma que fiz e não me posicionaria em algumas questões de forma agressiva. Do mais, fui eu mesma o tempo todo.

CSP: De fato tinha algum desentendimento com a Daniela?
Luciana: A Daniela e eu tivemos desentendimentos quanto à postura e a forma de ver o jogo, e não pessoais. Não tenho nada contra, gosto dela. Mas o formato do programa faz com que qualquer labareda transforme em incêndio. E foi isso que aconteceu. O confinamento, a convivência forçada e tudo que envolve o contexto faz com que características sejam ressaltadas. Eu sou estourada, defendo meu ponto de vista quando acredito que estou certa. Sou autêntica, e apesar de estar em um ambiente incomum, já que nunca trabalhei com TV e afins, não me limitei e fui quem sou normalmente. Sou assim, fazer o que?
Acredito que depois que a Dani sair tudo se encaixa de novo. Compartilhei com ela, e com mais 14 pessoas, uma experiência única que vai nos fazer crescer no âmbito profissional e subjetivo. De tudo isso vamos levar uma lição única, inigualável, insubstituível.

CSP: Como teria distribuído as praças hoje?
Luciana: Hoje eu teria mudado as praças e colocado a Gabriela no risoto, pois ela domina essa praça. A Daniela seria responsável pelo Alfredo. No restante eu manteria a configuração: com Deborah nas entradas e sobremesas e Kátia nas Carnes. Acredito que assim, se eu tivesse problemas, seriam em relação ao tempo e ocasionalmente em um prato. A situação seria mais controlada, não teria problemas em uma praça inteira e não sacrificaria o serviço como um todo. Não dá para saber se as modificações dariam certo ou não, o andamento de uma boa cozinha depende da coesão e da trabalho em equipe, e acredito que nas circunstâncias desse episódio não foi isso que ocorreu.

CSP: Foi a primeira vez que um restaurante fechou. Como se sentiu como líder do jantar?
Luciana: Eu estava superconfiante assim que o serviço começou, conheço e gosto do cardápio. Mas os problemas que ocorreram durante o jantar e a demora de intervenção para tentar salvar, me fizeram ter certeza da minha indicação e da possível eliminação. Ali fiquei mais apreensiva e triste. Eu não queria sair. Cozinha é a minha vida e errei na estratégia, fiquei triste. E com um tipo de sentimento de ''ahhh eu queria mais''. Mas estou bem, feliz agora com tudo que esta acontecendo, pelas pessoas que conheci e os amigos que fiz. E tenho certeza que essa energia boa trará ótimos frutos.

CSP:  Qual o principal desafio durante as provas?
Luciana: Acho que é o conjunto. A pressão é grande, em todo seu contexto, é uma competição com chef's fantásticos que já fizeram diversos trabalhos tão diferentes do meu. É claro que dá uma insegurança a princípio. Mas esse sentimento passou quando saquei que, se fui selecionada, também sou boa. Então lá dentro você tem variações de sentimentos tão grandes que não tem como agir como no cotidiano. Quem tem um controle emocional mais apurado leva muita vantagem. Fora que têm as câmeras, luzes, depoimentos, maquiagem e tudo mais que alteram o psicológico, pois nunca passei por nada parecido antes. Agora quanto à habilidade, fiz pratos no programa que eu conhecia, mas alguns eu não havia trabalhado no dia a dia. Assim como a rã viva, argh

CSP: Se arrepende de algo?
Luciana: Sim. De não ter ido ao paintballl. Poxa, eu queria tanto. Sério agora, me arrependo de não ter focado no jogo durante os dois primeiros serviços. Sou cozinheira. Acredito que o trabalho em equipe venha antes de tudo na cozinha, eu trabalho assim, penso assim e acaba que ajo naturalmente dessa forma. Em uma competição eu deveria ter controlado isso e me comportado de outra maneira. Acredito que não teria cometido alguns erros como ocorreu na prova da feijoada. Naquele dia escolhi o feijão e cozinhei para toda a equipe e também higienizei e cortei a couve. Trabalho em equipe. Mas acabou que me perdi no tempo e não consegui montar, estava tudo pronto, mas não empratei. Está aí um exemplo do que eu errei e que me arrependo. Deveria ter sacado antes e sido mais estratégica e não tão visceral. Mas paciência, levo comigo o aprendizado.

CSP: Qual a maior lição do programa?
Luciana: A superação. Dei de cara com uma realidade completamente diferente da minha. Me superei a cada desafio, e não estou falando só da cozinha não. A maquiadora, os participantes, a produção e eu sabemos quanto foi engraçado e novo passar por tudo isso. Foi demais. não queria que acabasse. Saber se posicionar, saber valorizar a sua opinião e o seu trabalho, conviver as diferenças em meio a uma pressão gigante e dessas diferenças saber ver as igualdades. É tudo muito louco. Saio de lá com a certeza que fiz muitos amigos, parceiros de vida mesmo. O que vivemos ali, no dia a dia, foi tão intenso e único que nos marcará para sempre. Fica a gratidão a todos os envolvidos desde a cozinha de apoio, a produção, aos diretores até chegar ao super Chef Bertolazzi. Obrigada, de coração punk.

CSP: Para quem é sua torcida agora?
Luciana: Para o time vermelho, com certeza. Quero que as mulheres ganhem independente de qual. Vamos Vermelho, foco.